Assim que driblarmos a pandemia e pudermos retornar às empresas e escritórios, levando na bagagem a experiência intensa do home office, ficaremos aliviados por termos vencido essa dura batalha e felizes por recuperar a nossa tão valorizada liberdade de ir e vir. Por outro lado, enfrentaremos novos desafios e necessidades. Proporcionar um ambiente de trabalho inspirador e flexível, reduzir despesas e aumentar a produtividade serão as grandes metas da temporada.
A biofilia já vinha ganhando espaço na arquitetura e no design de interiores dos ambientes corporativos, contribuindo visivelmente para o bem-estar e a produtividade. A partir de agora, promete ser a bola da vez. O termo significa literalmente ‘amor à vida’. Foi criado pelo psicólogo Erich Fromm, em 1964 e popularizado nos anos 80, pelo biólogo Edward O. Wilson, que descreve a biofilia como uma tendência natural a voltarmos nossa atenção às coisas vivas, detectando (já naquela época) como a urbanização estabeleceu uma forte desconexão com a natureza.
No início da civilização, o homem tinha a natureza como o seu habitat, encontrando nela abrigo, comida e remédios. A revolução industrial e tecnológica transformou rápida e drasticamente a paisagem e os nossos hábitos. Atualmente, em um cenário de normalidade, a maioria das pessoas passa cerca de 80 a 90% do tempo dentro de edificações, deslocando-se de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Sustentada por todo o aparato virtual, que permite diversas formas de conexão à distância, a nova realidade de isolamento social, ainda que momentânea, escancarou outras possibilidades de organização do tempo e do espaço. Para quem, por exemplo, trabalhava em uma sala sem janela durante todo o dia e passou a experimentar aquela sensação gostosa de bem-estar, promovida pelo contato com a luz natural e o calor do sol, possivelmente o seu rendimento deve ter aumentado e a volta à antiga rotina poderá ser enfrentada com alguma dificuldade.